Giovanna na praia

Giovanna na praia
minha razão de viver conhecendo o mar... Foto: www.melissabonon.com.br

segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

Quando tudo faz sentido

Conversando com uma amiga com quem não falava há muito tempo e que teve bebê recentemente, fiz uma espécie de balanço dos três primeiros meses da Giovanna. E me lembrei de quando eu estava grávida e ouvia várias coisas a respeito do cansaço inicial: “é muito cansativo”, “sua vida nunca mais vai ser a mesma”, “tenho dó de vc no começo”, “coitado do Juninho, vai ser deixado de lado”, “vc nunca mais terá uma noite de sono tranquilo” e coisas do gênero. E pior: muitas fazem isso sem dar nenhuma explicação. Muitas vezes a sorte é que temos uma mãe que conversa conosco e tenta passar suas experiências, dando uma espécie de introdução do que há por vir.
Por incrível que pareça, algumas pessoas insistem em, ao invés de nos incentivar, falar sobre os contras que envolvem o início da maternidade, como se aquilo fosse um castigo pelas coisas que já aprontamos na vida ou como se as mães (que dizem isso pra nós) estivessem rogando uma praga para que nós passemos pelas dificuldades que elas passaram. Mas hoje, após passar pelo período mais complicado (sete meses e meio depois), acho que tenho propriedade pra falar como são esses meses iniciais. E digo uma coisa: não falaria com uma grávida ou pais “frescos” nenhuma das frases acima.
O problema é que quando muitos de nós estamos grávidas, a visão romântica da maternidade atrapalha uma coisa simples, que é pensar com lógica. A meu ver esse simples raciocínio explica o início de tudo. Uma nova vida está se iniciando, um bebê que tinha tudo o que precisava dento do útero da mãe é arrancado do quentinho para ter de “se virar” lá fora. Dentro do útero, os horários eram um e fora dele, passam a querer impor horários para ele fazer tudo, até dormir (o que ele fazia quando bem entendia lá dentro). Roupas? Isso não existia para esse pequeno ser, que agora vai ter que não apenas se acostumar, mas vesti-las até o pescoço “por causa da friagem”. A comida, que antes o bebê fazia zero esforço para receber, agora terá de ser sugada, necessitando de um esforço físico que cansa! Enfim, tudo muda para o bebê. E isso tudo, tendo de respirar, enxergar o mundo, aprender, se virar num espaço físico enorme - que antes era bem apertadinho e aconchegante... Se você parar pra pensar nisso tudo que acontece na vida de um recém nascido, você fica com dó dele! E passa a entender porque eles demoram alguns meses para se acostumar à vida lá fora, o que nos dá certo trabalho para aprender e acostumar – alguns demoram mais, outros menos.
É por isso que os dias são trocados pelas noites, por isso que amamentar tem suas dificuldades iniciais, por isso que quando eles choram sem motivo pode ser por excesso de roupinhas, enfim. E pra piorar, o único modo de se comunicar é o choro! Esses meses iniciais nada mais são do que o tempo necessário para que filho conheça, se apresente e acostume com mãe, pai, cuidador, avós... enfim, todos que terão o privilégio de conviver com esse pequeno ser. E é aí que, quando se está ouvindo aquele chorinho mais estridente é que temos a obrigação de olhar para aquela criança e não pensar em como é difícil, mas entender que ela está pedindo ajuda! E somos nós que temos que ajudá-la.
Depois que essa fase passa, a impressão que dá é que eles reconhecem nosso esforço, fazendo da nossa presença mais do que necessária diariamente na vida deles. É aí que começa a reinar o prazer absoluto da maternidade! É aí que seu bebê começa a responder a seus estímulos e, como disse essa amiga, “o sorriso banguela compensa tudo”. E é a pura verdade. Basta um olhar de carinho e você tem a certeza de que está no lugar certo, com a pessoa certa. Sabe que está fazendo direito. É quando tudo faz sentido.  

Um comentário: