Giovanna na praia

Giovanna na praia
minha razão de viver conhecendo o mar... Foto: www.melissabonon.com.br

sábado, 25 de fevereiro de 2012

Medo de mãe

Antes de virarmos mães e pais a nossa relação com a dor, com as tragédias e com as perdas é uma. A partir do momento que temos a(s) pessoa(s) mais importante(s) das nossas vidas, os sentimentos de medo, angústia e preocupação ganham proporções gigantescas! Não sei se é comum, mas a todo instante, a cada manchete dos noticiários, me sinto no lugar daquelas mães aflitas diante de tanta coisa ruim que tem acontecido por aí. Penso na Giovanna e rezo. Por vezes agradeço por nada ter acontecido com ela e por vezes peço para que nada aconteça, nunca. Depois que viramos mães, o medo da perda se faz presente a cada notícia fatídica que vemos na televisão. Quase que instintivamente, mas ainda vou descobrir uma maneira de fazer com que esse sentimento deixe de se tornar tão constante. É aquele velho medo de atrair, sabe?
O episódio da linda garotinha, de apenas três anos, morta de maneira imbecil em Bertioga me fez pensar que o mesmo amor que sinto pela minha filha é equivalente ao tamanho do medo de vê-la sofrer, ou coisa pior. Nesta fase em que o bebê ainda não fala e, com exceção do choro de fome, que nós sabemos muito bem como contornar, posso dizer que não há coisa pior do que aqueles pequenos olhos nos olhando como se gritassem por ajuda.

Neste Carnaval, Giovanna sofreu uma gastroenterite. Pra quem não sabe, e explicando superficialmente, gastroenterite é uma infecção no intestino e estômago. A causa, de acordo com a médica do PS, foi a contaminação pela água do mar – uma vez que a praia estava superlotada e não havia, obviamente, controle sanitário do ambiente.

Foi um susto!

Começou com os vômitos, aquela carinha pedindo ajuda, um choro assustado diante do que estava acontecendo, sem saber o motivo. Meu marido já havia voltado pra casa. Ainda no PS, a médica disse que ela poderia ter febre e diarréia, além de o vômito persistir por mais um ou dois dias. Tive que tomar uma rápida decisão de voltar às pressas para casa. Eu e a minha mãe aproveitamos enquanto o remédio fazia efeito e a pequena dormia tranquilamente. Depois de algumas horas no hospital, pegamos estrada ainda de madrugada. Minha mãe relutando bravamente contra o sono. Os anjos da guarda nos guiaram. Sorte que é pouco tempo de viagem, mas chegamos em casa com o dia começando. Graças a Deus a febre não veio... e na primeira mamada do dia ela não vomitou.

Antes da Gi, uma amiga que estava conosco passou mal, mas achávamos que tinha sido algo que ela havia ingerido na praia... Depois da Gi, foi a vez de minha mãe, depois fomos eu e meu marido. Por sorte, também não tivemos febre, mas aquela coisa chata da virose também nos pegou. Depois disso descobri vários destinos do litoral brasileiro sofrem surtos de gastroenterite praticamente todos os anos.

É claro que ficou a lição dos cuidados mais que redobrados quando formos ao mar. Agora entendo que algumas daquelas chatices e frescurites de mãe às vezes fazem sentido - é que eu não sou o tipo de mãe muito fresca... Não sei como será a minha relação com a praia superlotada em períodos de alta temporada e feriados prolongados enquanto a Gigi for uma bebê, tenho pensado nisso. O bom é que, além de ela estar crescendo, a alta temporada chegou ao fim e depois temos o resto do ano pra curtir. Mas o fato que é bebês são muito mais sensíveis que nós adultos e, além dos 3 primeiros meses de vida (que são os mais delicados) eles precisam, sim, de cuidados especiais em casos específicos, como uma simples viagem ao litoral.

Muitos podem falar: "antigamente não existia nada disso! Hoje em dia tem frescura pra tudo!"
Mas pra quê querer pagar o preço e deixar um risco iminente virar realidade?? Melhor prevenir.
O fato é que a cada susto que passamos com a Gi, aquele medo dito lá em cima, no começo do texto, se faz presente de maneira absurda!! O episódio da gastroenterite me fez pensar novamente na vontade incontrolável que temos de trocar de lugar e sofrer pelo(a) filho(a). Se isso acontece em casos considerados bobos como o acontecido com a Gi, nem faço ideia de como deve se sentir uma mãe que perde parte de si. Por isso, queria deixar registrado o meu sentimento de solidariedade e de tristeza à mãe da pequena Grazyele, que nesses dias perdeu o bem mais precioso de sua vida.

Um beijo carinhoso à todas aquelas que não medem esforços e dão a vida pelo bem do seu filho! Em especial a minha mãe.


Um comentário:

  1. nossa que lindo.....parabéns pelo texto e tudo de bom pra Gigi.bjs - /kátia

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